O medo petrificante trespassa as faces dos humanos aterrorizados, atados e condenados à morte no lugar o qual será a sua última morada, onde a morte vive, onde a morte perdura...
Um a um os humanos são sacrificados pelos respectivos caçadores, os Goliks, seres supremos da comunidade vampírica até que chega o momento mais esperado da noite: o sacrifício da criança. Nos seus olhos é claro o medo que invade o seu pobre espírito, cabelos castanhos, olhos de um azul esverdeado, uma criança outrora feliz está prestes a dar o seu último suspiro e a soltar gritos de dor e de desespero... È então que chega o derradeiro momento, o mais velho dos Gorliks chega-se ao pé da criança com um athamé e com o Livro das Sombras seguido de Falik, o habitual ajudante no último sacrificio, que segura a Virnl onde serão postos os olhos, pulmões e coração da criança.
O Gorlik pega o athamé e sem misericórdia nem compaixão corta a barriga exposta do mortal ao meio revelando suas entranhas e seus ossos com este ainda vivo, cheio de dores e quase a desmaiar de tanta dor a vislumbrar tudo... As lágrimas caem pela face da criança, ela grita o mais alto que consegue, esperneia, contrai-se, já não tendo noção do que faz e é então que, farto daquela gritaria, o Gorlik espeta-lhe uma facada no meio da testa, perfura o seu pequeno crânio e jorra sangue, sangue jovem do melhor que um vampiro pode encontrar e o Gorlik encosta sua boca na testa do mortal e bebe satisfeito espalhando inveja por todos os presentes... A criança calada então continua-se o ritual, o Gorlik mete sua mão com unhas longas e negras dentro da barriga do mortal e retira-lhe o coração ainda com leves batidas, de seguida remexe um pouco dentro do corpo e retira os pulmões. A criança coberta de sangue nas pernas começa a jorra sangue pela boca.. Então que o Gorlik arregaça as mangas da sua túnica negra e enfia seus dedos dentro dos olhos da criança, retirando os dois um a um, restando ali naquele pau apenas um pedaço de carne completamente desfeito e irreconhecível pingando sangue por todo seu corpo, que resulta numa enorme poça de sangue no chão...
Não é em vão que são recolhidos estes três órgãos, pois acreditamos que um dia o Deus da Morte, por quem nos regemos, irá erguer-se das Trevas e então reservamos-lhe os olhos para ele poder ver, pulmões para poder respirar e coração para poder viver e conquistar o mundo que por desgraça pertence aos humanos, seres reles e inferiores..
Terminados os sacrificios, juntamo-nos todos à volta de uma fogueira e deitam-se as partes retiradas na mesma proferindo ao mesmo tempo as rezas vampíricas "Omne Galios Furlati Vampris Sangineo" cinco vezes, uma por cada humano sacrificado no Golirm.
Dá-se por terminado mais um Golirm, os vampiros começam um a um a dispersar-se, voltando alguns para a sua morada, outros à procura de alimento.
Eu volta para a minha cripta, para o meu lugar de solidão onde espero pelo dia em que os vampiros se tornem supremos e se possam mostrar perante a Humanidade como os seus regentes e humanos o seu alimento... Nada mais que isso, meros nacos de carne postos na Terra apenas para alimentar os vampiros..
Este é o ciclo da vida, ou será da morte?!