Passeio pela rua, o ambiente monótono do quarto abafa,
A chuva cai, lentamente, suavemente, molho a sapatilha,
Se tudo fosse tão simples como uma pequena gota de água,
Se tudo fosse tão claro...
Desenvolvo entranhas de dúvidas, as circunstâncias adaptam-se paralelas à incerteza,
Porque nada é igual?
Porque tudo muda? Afinal o que é errado, afinal o que é certo?
Procuro a resposta da pergunta que não quero formular,
Devaneio em palavras sem sentido sentimentos opostos,
Digo não porque sim ou digo sim porque não?
Talvez não diga nada... Um silêncio, um murmúrio, CALO-ME!
Não consigo! Quero conseguir, quero poder, para quê tentar? Valerá a pena?
Eu quero que valha, eu quero seguir, eu quero sentir, eu quero continuar,
Eu não quero perder o que encontrei, o que foi perfeito...
Serão as folhas da árvore a cair? Terei de esperar pela próxima estação para tudo se regenerar?
A ansiedade não o permite... O medo... O receio...
Eu, tu, nós, aqueles, eles, tudo gira à volta de um turbilhão incerto que não encontra o seu centro, a sua mangnitude...
Vejo-me no fim da linha, sei o caminho a seguir, quero segui-lo, quero contornar os obstáculos. Destino?! Não sei... Já não o sei... O mundo circula, as pessoas passam...
Tento fazer das palavras sentimentos! Cruzo o passado com o presente, analiso, receio o futuro...
Em tempos era tão fácil, uma conexão, uma sincronia, aquilo a que muitos chamavam perfeição!
Aquilo que eu chamava perfeição ... Que me dava inspiração! Ainda chamo, ainda dá, mas . . .
Sinto falta, muita falta disso... Todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos, a todos os segundos! O relógio conta os momentos não passados, poderei andar com os ponteiros para trás?