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quinta-feira, 4 de junho de 2009


Passeio pela rua, o ambiente monótono do quarto abafa,

A chuva cai, lentamente, suavemente, molho a sapatilha, 

Se tudo fosse tão simples como uma pequena gota de água,
Se tudo fosse tão claro...

Desenvolvo entranhas de dúvidas, as circunstâncias adaptam-se paralelas à incerteza,

Porque nada é igual?
Porque tudo muda? Afinal o que é errado, afinal o que é certo?

Procuro a resposta da pergunta que não quero formular,

Devaneio em palavras sem sentido sentimentos opostos,

Digo não porque sim ou digo sim porque não?
Talvez não diga nada... Um silêncio, um murmúrio, CALO-ME!

Não consigo! Quero conseguir, quero poder, para quê tentar? Valerá a pena?
Eu quero que valha, eu quero seguir, eu quero sentir, eu quero continuar,
Eu não quero perder o que encontrei, o que foi perfeito...
Serão as folhas da árvore a cair? Terei de esperar pela próxima estação para tudo se regenerar?
A ansiedade não o permite... O medo... O receio... 

Eu, tu, nós, aqueles, eles, tudo gira à volta de um turbilhão incerto que não encontra o seu centro, a sua mangnitude...

Vejo-me no fim da linha, sei o caminho a seguir, quero segui-lo, quero contornar os obstáculos. Destino?! Não sei... Já não o sei... O mundo circula, as pessoas passam... 

Tento fazer das palavras sentimentos! Cruzo o passado com o presente, analiso, receio o futuro...
Em tempos era tão fácil, uma conexão, uma sincronia, aquilo a que muitos chamavam perfeição!

Aquilo que eu chamava perfeição ... Que me dava inspiração! Ainda chamo, ainda dá, mas . . .

Sinto falta, muita falta disso... Todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos, a todos os segundos! O relógio conta os momentos não passados, poderei andar com os ponteiros para trás?


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Estado: ÓDIO


As palavras não conseguem explicar o momento, a situação dissipa-se...

Tento não pensar no momento, vejo na minha mente o que não quero ver. A imagem não se apaga do imaginário, quero esquecer, pôr de lado, apagar, dizer que não aconteceu! Agora não consigo olhar pra trás, não gosto de adormecer, quero sentir-me seguro e dizer que nada de mal irá suceder mas simplesmente... Não consigo...

O dia passou...

Agora não sinto o mesmo, outros sentimentos mais fortes inundam-me. Ainda me sinto fraco, fragilizado, a pensar no porquê das circunstâncias. Sinto ÓDIO, muito ódio! Desprezo, revolta, irritação, apetece soltar gritos de fúrias, estilhaçar-te o coração pelos teus actos. Sabes o que é não conseguir pensar noutra coisa? Ser perseguido pelo mesmo pensamento, pela mesma situação, a mente não querer esquecer! É isso que me revolta! Não posso falar com quem desconhece. Contar outra vez?! Não me sinto capaz...

Não fosses tu caía...

Ajudaste-me, apoiaste, estiveste quando precisei e foi isso que me ajudou a continuar... Caminhei pelas ruas de lágrimas e momentos de solidão sem ninguém para me ajudar! Mas quando ao meu lado apareceste, senti-me seguro, apoiado, pensei que nada me poderia acontecer porque tenho alguém que vai estar do meu lado em todos os momentos e em todas as circunstâncias...

...

Agora, nada mais tenho a dizer... Apenas te posso a mostrar a revolta que reluz no meu olhar...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Uma Morte cada vez mais próxima



Estou cansado de me fechar perante os outros, fechar a minha vida como se de um livro censurado se tratasse, preciso de sair...


Mais uma noite, o céu límpido, escuro como breu, passo pelas ruas desertas esperando encontrar algo ou alguém que me suscite interesse. As ruas continuam as mesmas, os mesmos odores... Penso no que quero, no que me aconteceu e no que poderá acontecer, quero recordar bons momentos mas não consigo, más memórias inundam a minha alma e corrompem o meu coração! Sinto estaladas em chama no meu intímo, quero gritar para o mundo o que sinto!!


Caminho pelas estradas vazias da mente sem encontrar obstáculos nem companheiros, apenas vejo desilusões, uma amarga verdade que mostra a seriedade do momento.



A noite passa, os segundos contam e os minutos saltam, parece não haver horas, diria que o mundo parou à minha volta!



Volto ao cemitério?! Refugio-me?! Não! Tenho de ser forte, tenho de continuar e reconstruir-me a mim próprio... A vida continua e não detenho o poder de a fazer parar, é um ciclo de circunstâncias e dúvidas! A minha dúvida dissipou-se, vou continuar!



Caminho pelas ruas escuras e becos, avenidas e esquinas, caminho e não encontro ninguém. Que se passa?! Onde estão as pessoas? Onde estão os humanos?! O mistério envolto em sombras, um ardor de solidão recíproca, sinto o ar rarefeito inundar-me a alma.

No meu íntimo pergunto-me qual o sentido da vida; será uma preparação para a morte, será o castigo derradeiro?! Porque será que as pessoas pensam que a morte é a última coisa a acontecer? Prefiro olhar por outro prisma, a morte é o início! A minha mente e a minha alma defendem que a vida é o castigo por tudo o que de mal fizémos na nossa morte, se não fosse assim, então qual é a razão de tanto sofrimento, qual é o porquê de vivermos num mundo envolto em sombras de terror e amargura, um centro onde o sofrimento habita e onde pode ser coroado rei.


"Carpe Diem"


Para quê?! A vida não é assim tão boa que tenhamos de a aproveitar até ao último minuto... Quem diz que a morte não é melhor?! A morte vem quando nós queremos mas a vida não, não somos nós que a controlamos. Posso chegar a um penhasco e atirar-me aos braços da morte mas não aos da vida. A morte é controlável! Um simples mas marcante pacto com um demónio pode devolver a vida àquele que a perdeu. Sim, os demónios detêm esse poder, em troca de uma alma podem retirar outra das Trevas... Um pacto sangrento que marca o dia do juízo final para quem o apela. Queres saber como? Pergunta-me...


Não quero saber, não quero pensar, não quero sorrir, não te quero dizer...


Não estou aqui, estou a viver o inexistente!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Golirm- a celebração continua


O medo petrificante trespassa as faces dos humanos aterrorizados, atados e condenados à morte no lugar o qual será a sua última morada, onde a morte vive, onde a morte perdura...

Um a um os humanos são sacrificados pelos respectivos caçadores, os Goliks, seres supremos da comunidade vampírica até que chega o momento mais esperado da noite: o sacrifício da criança. Nos seus olhos é claro o medo que invade o seu pobre espírito, cabelos castanhos, olhos de um azul esverdeado, uma criança outrora feliz está prestes a dar o seu último suspiro e a soltar gritos de dor e de desespero... È então que chega o derradeiro momento, o mais velho dos Gorliks chega-se ao pé da criança com um athamé e com o Livro das Sombras seguido de Falik, o habitual ajudante no último sacrificio, que segura a Virnl onde serão postos os olhos, pulmões e coração da criança.

O Gorlik pega o athamé e sem misericórdia nem compaixão corta a barriga exposta do mortal ao meio revelando suas entranhas e seus ossos com este ainda vivo, cheio de dores e quase a desmaiar de tanta dor a vislumbrar tudo... As lágrimas caem pela face da criança, ela grita o mais alto que consegue, esperneia, contrai-se, já não tendo noção do que faz e é então que, farto daquela gritaria, o Gorlik espeta-lhe uma facada no meio da testa, perfura o seu pequeno crânio e jorra sangue, sangue jovem do melhor que um vampiro pode encontrar e o Gorlik encosta sua boca na testa do mortal e bebe satisfeito espalhando inveja por todos os presentes... A criança calada então continua-se o ritual, o Gorlik mete sua mão com unhas longas e negras dentro da barriga do mortal e retira-lhe o coração ainda com leves batidas, de seguida remexe um pouco dentro do corpo e retira os pulmões. A criança coberta de sangue nas pernas começa a jorra sangue pela boca.. Então que o Gorlik arregaça as mangas da sua túnica negra e enfia seus dedos dentro dos olhos da criança, retirando os dois um a um, restando ali naquele pau apenas um pedaço de carne completamente desfeito e irreconhecível pingando sangue por todo seu corpo, que resulta numa enorme poça de sangue no chão...

Não é em vão que são recolhidos estes três órgãos, pois acreditamos que um dia o Deus da Morte, por quem nos regemos, irá erguer-se das Trevas e então reservamos-lhe os olhos para ele poder ver, pulmões para poder respirar e coração para poder viver e conquistar o mundo que por desgraça pertence aos humanos, seres reles e inferiores..

Terminados os sacrificios, juntamo-nos todos à volta de uma fogueira e deitam-se as partes retiradas na mesma proferindo ao mesmo tempo as rezas vampíricas "Omne Galios Furlati Vampris Sangineo" cinco vezes, uma por cada humano sacrificado no Golirm.

Dá-se por terminado mais um Golirm, os vampiros começam um a um a dispersar-se, voltando alguns para a sua morada, outros à procura de alimento.

Eu volta para a minha cripta, para o meu lugar de solidão onde espero pelo dia em que os vampiros se tornem supremos e se possam mostrar perante a Humanidade como os seus regentes e humanos o seu alimento... Nada mais que isso, meros nacos de carne postos na Terra apenas para alimentar os vampiros..

Este é o ciclo da vida, ou será da morte?!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Golirm - O início


Não quero mais pensar nas tristezas da minha vida, no sofrimento pelo qual passei... Está a chegar a noite mais importante do ano para a comunidade vampírica, a noite em que todos se encontram- o Golirm.

O Golirm consiste numa reunião vampiríca que ocorre no cemitério que nesse ano terá recebido mais almas, no qual são sacrificados cinco humanos, cada um por cada ponta do pentagrama; os cinco Goliks, vampiros supremos, vão numa caçada de uma noite, dois dias antes desta grande cerimónia para capturarem as suas presas, sendo que uma delas terá de ser uma criança de 5 anos, feitos nesse mesmo mês! Esta criança, desde o momento que nasceu que está predestinada a ser sacrificada na nossa mais importante cerimónia, foi abençoada pelo dia em que nasceu, ou amaldiçoada....
Acordo, mais uma noite, está bom tempo, na rua está escuro como breu, um silêncio inquebrável, chegou a noite que tanto esperava... Este ano, o Golirm será no meu cemitério, não consigo explicar esta sensação, é uma honra... oiço pessoas, estão a chegar!!
Saio da cripta e começam a chegar os Goliks com as suas presas amordaçadas e com pequenas mordidas nos braços e pernas, coisas pouco profundas para não morrerem antes do tempo. Chego perto deles e curvo-me, são seres supremos, merecem todo o respeito, e então caminhamos em frente, até ao altar onde se irá passar a cerimónia e eles pousam os humanos, plantam os paus que traziam e então atam-nos nos mesmos... Ouvem-se gritos abafados, gritos que não os iriam salvar!
Começam a chegar mais e mais vampiros até que nos encontramos todos reunidos, preparados para começar a cerimónia. Cada um dos Goliks pega num athamé, posiciona-se ao lado do seu humano e profere as rezas sagradas... Chega a hora do primeiro sacrifício, vai o primeiro vampiro, primeiro passa o athamé pelas pernas da mulher, de meia idade, bonita, e começa a cortar-lhe as pernas, rasgam-se os músculos, vêm-se os ossos, o sangue começa pingar por todo o lado, ela tenta gritar mas a dor não a deixa.. Nua, abre-lhe a barriga com uma única facada e leva a sua mão de unhas enormes para dentro dela à procura dakilo que iria completar a sua parte do ritual e dos outros, o coração! Encontra-o e com determinação arranca-lho, ainda a bater e a humana mais morta que viva, ainda conseguir vislumbrar este momento, até que são contados os seus últimos segundos de vida e morre... Tudo o que resta é um cadáver de cor vermelha, um cadáver coberto e sangue e completamente trucidado, um pedaço de carne, foi um momento inesquecível, fabuloso...
Os outros humanos estão petrificados, já viram o que lhes espera, brancos como cal tentam soltar-se...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O último adeus






Depois destes acontecimentos a minha morte nunca mais voltou a ser mesma! Jemna foi-se embora, Amnion está morto, deitado no chão e irreconhecível, que vai ser de mim a partir de agora?


Mas havia algo que eu tinha de fazer, tinha de dar o eterno descanso a Amnion. Apesar do que Jemna lhe fez, do estado em que deixou seu rebento, ele merecia ter descanso digno de quem ele é! Tinha de fazer algo e então decidi, vou fazer-lhe o funeral que ele merece. Peguei no seu corpo ensaguentado, embrulhei-o numa toalha negra como minha alma naquele momento e levei-o à fonte que ali existia no cemitério, ele não podia partir para o Outro Mundo assim... Desembrulhei-o e delicadamente limpei sua face, seu corpo, não era o Amnion que conheci, já não era ele...
Depois de limpo voltei à minha cripta e escolhi a sua melhor roupa, peguei nos seus brinquedos favoritos e voltei ao cemitério, sabia exactamente onde o iria enterrar, no seu lugar de brincadeiras favorito: a árvore mágica, segundo ele...

Esta árvore ficava atrás da campa do antigo dono da loja de ferragens da Rua 17, um homem que sofreu com uma depressão devido à perda da sua filha que o levou ao suicídio, filha que eu mordi, que eu matei e embora eu não me orgulhe do que fiz, é esta a minha natureza, os humanos são o meu alimento...

Segui pela relva seca e murcha a caminho daquilo que iria ser a sua última morada. Passei por várias campas, várias almas que descansavam no mais eterno sono que pode existir até que cheguei ao meu destino, chegou o momento... Pousei meu filho na relva e comecei a abrir um buraco com as minhas próprias mãos, aquele iria ser o seu descanso eterno. Buraco feito, peguei nele, nos seus brinquedos e com todo o cuidado que poderia ter coloquei-o lá dentro, escondi sua face desfigurada e tapei-o... Foi o último adeus, não consigo expressar os sentimentos, a dor que senti, ultrapassa tudo o que eu posso e consigo imaginar...


Uma dor que ficou e que continua no meu coração, uma dor que nunca irá desaparecer!


Adeus Amnion, lembrar-me-ei sempre de ti....

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Um nascimento e uma morte


Não consigo expressar por palavras aquilo que aconteceu naquela noite, mas o que posso dizer é que resultou em algo fabuloso... pois, fabuloso no inicio...

Ela engravidou, ia ter o meu primeiro filho, só tinha que esperar 31 meses até ele nascer, até que finalmente chegou o dia que tanto esperava.


Depois da nossa primeira noite decidimos juntar nos, foi uma decisão repentina, é certo, mas na altura pareceu a mais acertada pelo que começámos a viver os dois juntos na minha cripta, a partilhar o mesmo caixão..


Eram duas da manha quando a minha parceira começa com dores, o bebé ia nascer, então comecei a preparar tudo, fui buscar o que era necessário, afinal somos vampiros, como poderíamos aparecer num hospital? Preparei tudo e o momento pelo qual eu tanto esperava acontece... Deitada num colchão ela começa a fazer força, usa todas as suas forças e aparece neste mundo de sentimentos o meu primeiro filho... Pego numa manta e embrulho-o, dou-lhe o primeiro carinho de muitos... Acaba de nascer Amnion

O tempo passa, ele cresce mas não desmonstra o seu lado vampiro, começo a ficar preocupado, mas pode ser um caso de surgimento tardio, não vou pensar nisso...

Amnion já tem dois anos e não tem caninos, não gosta de sangue, come comida dos humanos, aconteceu o que eu temia. É algo muito raro mas que é possível acontecer, um filho de dois vampiros nascer humano, os quais acabam em instituições de adopção, nunca sabendo as suas origens quem são os seus pais, a raça vampírica dos seus pais. E era o que eu tinha de fazer, não podia ficar com ele, ele pertence ao dia, eu á noite, nunca iria funcionar e então tomei a mais dificil decisão de sempre, iria entregá-lo!
Quando falei com Jemna sobre a questão ela demonstrou um ser que eu nunca teria conhecido, ficou furiosa, não por termos de entregar o menino mas sim por ter nascido humano e atribuiu toda a culpa a mim.... Mas eu não tinha culpa, isto acontece devido ao sangue que bebemos, tem a ver com os glóbulos vermelhos do humano e um vampiro nunca poderá saber, tivemos azar..
Depois de intensa discussão virei as costas, fui apanhar ar no cemitério, não conseguia suportar tal situação e por entre as campas pensei e pensei chegando à conclusão de que tinha de acabar tudo com ela...
Percorri as quatro campas que me separavam da cripta e quando lá chego pra falar com ela vejo o poir cenário que poderia ver a frente... Jemna alimentando-se de Amnion... Figura terrível, não queria acreditar no que os meus olhos viam, instintivamente saltei para cima dela e mandei-a contra a parede com todas as minhas forças..
Olha para Amnion e já não o vejo, não tem seu lindo rosto de faces rosadas, estava completamente desfigurado, era um bebé, como alguém morde um bebé?! Quem se alimenta de um bebé? Não tem sangue suficiente... Foi pura vingança, puro ódio..
A partir deste momento qualquer sentimento que nutria por Jemna desapareceu como onda quer percorre a areia, limpou todas as conchas do meu coração...

Abriu-se um vazio no meu coração, sem Jemna, sem Amnion.....