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quinta-feira, 28 de junho de 2007

Um nascimento e uma morte


Não consigo expressar por palavras aquilo que aconteceu naquela noite, mas o que posso dizer é que resultou em algo fabuloso... pois, fabuloso no inicio...

Ela engravidou, ia ter o meu primeiro filho, só tinha que esperar 31 meses até ele nascer, até que finalmente chegou o dia que tanto esperava.


Depois da nossa primeira noite decidimos juntar nos, foi uma decisão repentina, é certo, mas na altura pareceu a mais acertada pelo que começámos a viver os dois juntos na minha cripta, a partilhar o mesmo caixão..


Eram duas da manha quando a minha parceira começa com dores, o bebé ia nascer, então comecei a preparar tudo, fui buscar o que era necessário, afinal somos vampiros, como poderíamos aparecer num hospital? Preparei tudo e o momento pelo qual eu tanto esperava acontece... Deitada num colchão ela começa a fazer força, usa todas as suas forças e aparece neste mundo de sentimentos o meu primeiro filho... Pego numa manta e embrulho-o, dou-lhe o primeiro carinho de muitos... Acaba de nascer Amnion

O tempo passa, ele cresce mas não desmonstra o seu lado vampiro, começo a ficar preocupado, mas pode ser um caso de surgimento tardio, não vou pensar nisso...

Amnion já tem dois anos e não tem caninos, não gosta de sangue, come comida dos humanos, aconteceu o que eu temia. É algo muito raro mas que é possível acontecer, um filho de dois vampiros nascer humano, os quais acabam em instituições de adopção, nunca sabendo as suas origens quem são os seus pais, a raça vampírica dos seus pais. E era o que eu tinha de fazer, não podia ficar com ele, ele pertence ao dia, eu á noite, nunca iria funcionar e então tomei a mais dificil decisão de sempre, iria entregá-lo!
Quando falei com Jemna sobre a questão ela demonstrou um ser que eu nunca teria conhecido, ficou furiosa, não por termos de entregar o menino mas sim por ter nascido humano e atribuiu toda a culpa a mim.... Mas eu não tinha culpa, isto acontece devido ao sangue que bebemos, tem a ver com os glóbulos vermelhos do humano e um vampiro nunca poderá saber, tivemos azar..
Depois de intensa discussão virei as costas, fui apanhar ar no cemitério, não conseguia suportar tal situação e por entre as campas pensei e pensei chegando à conclusão de que tinha de acabar tudo com ela...
Percorri as quatro campas que me separavam da cripta e quando lá chego pra falar com ela vejo o poir cenário que poderia ver a frente... Jemna alimentando-se de Amnion... Figura terrível, não queria acreditar no que os meus olhos viam, instintivamente saltei para cima dela e mandei-a contra a parede com todas as minhas forças..
Olha para Amnion e já não o vejo, não tem seu lindo rosto de faces rosadas, estava completamente desfigurado, era um bebé, como alguém morde um bebé?! Quem se alimenta de um bebé? Não tem sangue suficiente... Foi pura vingança, puro ódio..
A partir deste momento qualquer sentimento que nutria por Jemna desapareceu como onda quer percorre a areia, limpou todas as conchas do meu coração...

Abriu-se um vazio no meu coração, sem Jemna, sem Amnion.....


terça-feira, 26 de junho de 2007

Uma família



Sim, em tempos eu tive uma familía, tive alguém com quem partilhar a minha cripta, alguém com os quais eu sentia que tinha a obrigação de alimentar, de tratar, tive uma parceira e um filho.

Ela chamava-se Jemna e era a vampira mais bela que eu já tinha visto, nunca conheci ninguém digno de tal elogio como ela, cabelos sedosos, olhos vermelhos, cor de sangue vivo...


Estava eu na rua à procura de alimento como leão esfomeado na savana e decido entrar no metro, pois àquela hora são poucas as pessoas que por lá andam e quando lá chego deparo-me com algo estranho, o metro parado na linha sem condutor mas, além disto, outra coisa me chama a atenção, uma mulher de costas, que penso eu? Alimento... Com toda a minha pericía de caçador preparo-me para uma investida mas qual é o meu espanto quando vejo que não se trata de uma mulher qualquer mas sim de uma vampira a alimentar-se do condutor do último metro da noite! Ela vira-se e vê-me e qual é o meu espanto quando ela me pergunta se quero um pouco... Fiquei petrificado, qualquer vampiro defenderia com todas as suas forças uma gota de sangue e esta, esta vampira a oferecer-me? Aceitei sem demoras, como poderia recusar? A fome apertava, não podia desperdiçar e então revelei meus caninos perante ela e aquele cadáver com sangue a escorrer pelo pescoço jovem mas trucidado e bebo com prazer...

Sinto-me satisfeito..


Depois da refeição saímos os dois da estação subterrânea do metro e conversamos, percorremos todas as nossas vidas por palavras, ficamo-nos a conhecer um ao outro como nunca tinhamos conhecido ninguém, era o destino, um cruzamento de sangues que estava predestinado a acontecer e não lhe resisti, ela tinha de ser minha desse por onde desse, além de que eu sabia que estávamos no Jullard, não podia perder esta oportunidade, por isso convidei-a a ir à minha cripta, a conhecer onde eu morria..

Chegamos ao cemitério e entrámos na minha cripta, a atracção pareceu ser mútua e então não foram precisas palavras para acontecer. Com os nossos caninos de fora rasgámos a roupa um do outro, percorri todo o seu corpo de pele branca e gélida e aconteceu... ali no meu caixão de veludo vermelho ligámos os nossos dois corpos num só e gerámos algo terrorífico, algo que iria ser o nosso começo e o nosso fim....

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nova na rua



Tenho sede, preciso de encontrar alguém para me saciar... Vou buscar a minha capa e saio da cripta, está uma noite terrorífica, trovoada, relâmpagos por todos os lados, tenho a ligeira sensação de que irá ser um pouco dificil encontrar uma presa.

Caminho por estradas desertas, não encontro ninguém, até que enfim vejo um homem, mas demasiado velho pra mim, o sangue dele já não me iria satisfazer, não iria saciar a minha sede devidamente, vou continuar a procurar...


Depois de andar algum tempo, encontro uma prostituta na esquina que bate com a Rua da Beira, nunca a tinha visto mas é a mulher mais horrível que já vi na minha vida, embora jovem, sangue fresco.. Começo a andar de mansinho, não quero que ela me veja, quero apanhá-la de surpresa, até que reparo que ela está acompanhada por mais quatro meninas de programa. Que posso fazer? De repente uma ideia me ocorreu, porque não fingir-me de cliente? Elas atendem qualquer um... Cheguei ao pé dela e como habitué daquele meio perguntei-lhe quanto ela levava e concordei.

Fomos andando pela rua fora e ela começou a fazer-me perguntas, demasiadas perguntas, e eu com uma sede como nunca tinha estado, tinha de mordê-la, tinha de ser ali, e no preciso momento que a ia para atacar passa um carro ao lado, mas ela reparou em mim; a humana começa a correr pela calçada molhada, tenta fugir de mim, começo a correr atrás dela, ela corre, corre com todas as suas forças mas eu sou mais resistente, mais forte que ela, ela nunca irá conseguir escapar-me, até que a consegui apanhar e vendo que ninguém estava por perto, mordi-a ali mesmo, no meio da rua. Já nem quis saber se alguém me via, tinha sede, precisava de matá-la. Agarrei-a pelo pescoço e ela suplicou por miserircódia, pediu-me que a deixasse ir... Ela bem lutou, bem gritou mas não valeu a pena... Torci-lhe o pescoço e foi esse o seu último suspiro até que abri a boca e mordi o seu pescoço com todas as minhas forças, rasguei a sua pele toda, começou a sangrar de um modo que há muito tempo eu não via, sangrou do nariz, dos olhos, do pescoço e então, com todo o prazer que eu poderia tirar dali comecei a beber, a beber daquele néctar, um dos melhores que alguma vez terei provado.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Limnon


Como começar a minha história? Nunca nenhum vampiro se atreveu a contar a sua história, a contar o que ele é na realidade... Pois eu sou Limnon, um vampiro de classe B e tenho 106 anos; eu não penso no dia de amanhã, para mim a vida parece eterna, não tenho predadores, só presas. Morremos naturalmente, dependendo de cada um chegamos a viver por volta de dez mil anos, mas para muitos, como para mim, é tempo de mais, somos poucos, muito poucos...
Somos criaturas condenadas a viver durante a noite; o dia é dos humanos, a noite é nossa. Tocam as doze badaladas e acordamos, acordamos para mais uma noite de caçada, não com o objectivo de perpetuar a nossa espécie, não, porque ao contrário do que muitos pensam não é uma mordida que faz um vampiro, mas sim o acasalamento, que acontece de cem em cem anos. Só de cem em cem anos é que as fêmeas estão preparadas para acasalar e é tão complicada a gestação que poucos são os vampiros bébes que conseguem sobreviver... Aqui está o problema, o nosso grande problema, como conseguiremos perpertuar a nossa espécie?! Por isso não nos mostramos ao mundo, não podemos correr esse risco, o risco de descobrirem os nossos esconderijos... Pois, apesar de não podermos ser mortos, os humanos poderiam aprisonar-nos, meter-nos num laboratório..

Por isto mesmo é que o nosso alimento são basicamente prostitutas, ninguém quer saber delas, se uma morre as outras ficam contentes, mais clientes ganham... Estas e aqueles que por azar nos vêm, esse têm de morrer....